sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Reveillon


10...9...8...7...6...5...4...3...2...1... Proft, pruft, praft e eu acordo! Julinha está ao meu lado, também acorda, olha pra mim e sorri.

Assim começou meu 2008, com um sorriso lindo da minha filha. Essa foi a primeira coisa que vi em 2008. Não vi fogos, (somente ouvi os barulhos), não ganhei abraços, nem beijos, nem bebi champagne... Mas ganhei o sorriso da minha filha. Com certeza o mais puro e sincero que eu poderia ganhar.
E pensar que eu estava achando que seria ruim ficar em casa sozinha com ela... Foi o MELHOR REVEILLON DA MINHA VIDA! Simplesmente porque fiz a coisa certa, porque valorizei o que eu tenho de melhor na vida, que é a minha filha.
Quem pode se sentir sozinho com um sorriso assim? E quantas pessoas se sentem sozinhas entre milhares de pessoas?
Meu reveillon foi honesto. E sincero!
Dia 01/01/2008. Acordei sem ressaca!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

A ida ao Verde Mar

Natal. Babá viajando... Meu Deus! A geladeira está vazia. Não tem almoço pronto. Ok. Supermercado!
Antes, mamadeira da Júlia. Antes, trocar a fralda e preparar a sua malinha. Toda mãe sabe que não importa quanto tempo se demore, nunca se deve sair de casa sem a malinha. Se tratando de um bebê, tudo pode acontecer.
Tá. Malinha pronta. É só chamar o táxi. O Táxi chegou. Julinha em um braço, malinha no ombro, carrinho da Julinha em outro braço (tá, chegando lá percebi que não precisava, o Verde Mar, obviamente, tem carrinhos de compra adaptados) e... Vários degraus para descer. Também a certeza de que na volta será pior (serão vários degraus para subir) uma porta para trancar, duas para abrir... Pronto! Mais um lance de escadas e chego ao táxi.
Torço: Olha para o lado motorista! (ele não olha) Olha pra cá! Não tá vendo que preciso de ajuda aqui? Penso, apenas... (não, ele não está vendo) "Motoriiisssssssstaaaaaaaaaa! Pode me dar uma ajudinha aqui, por favor?" Falo.
Ele sai do táxi e faz a certa pergunta: "Como é que eu fecho esse carrinho aqui?" "Puxa esse ferro aí debaixo, puxa ele para cima, com o pé!" "Que ferro? Esse aqui?" "Não, mais pra baixo!" nisso Julia está no meu colo, o sol fervendo e o motorista nada de encontrar o ferro! Parem de pensar bobagem, pessoas, falo do ferro do carrinho. "Esse aqui ó" e aponto com a ponta do pé.
Ufa! Carrinho fechado, carrinho no porta-malas.
Entro no banco de trás com a Julinha. "Que linda! Blá, blá, blá..."
Supemercado. Desce eu e Julia e claro, o motorista para tirar o carrinho do porta-malas.
Julinha no carrinho, carrinho de supermercado adaptado, carrinho da Julinha no guarda-objetos.
Lista de compras. 3 passos, 5 sorrisos para a Julia e em seguida para mim. Mais dois passos. "Que gracinha! Como ela se chama?" "Júlia" "Quantos meses?" "Sete". "Parabéns" "Obrigada". Volto para a lista de compras. Mais cinco passos. Tudo se repete. Era para eu fazer a compra em 20 minutos, levo duas horas. Muitos olhares. Para ela e para mim. As pessoas que páram para elogiar vira e mexe olham para minha mão. Procurando a aliança... Ela não está lá. O sorriso e os elogios continuam. Algumas mulheres perguntam como eu posso ter o corpo tão certinho se tenho uma filha de sete meses, outras contam que engordaram vários quilos quando engravidaram, e o tempo passa... Me sinto importante. Tenho orgulho da Júlia, orgulho de mim.
"Eu sou corajosa, penso. Não preciso de homem para nada."
Hora de ir embora. Fila do caixa. Operadora do caixa elogiando a Júlia (que ri para ela e para todo mundo que mexe com ela, conquistando ainda mais elogios!)
Chamo o táxi. Vai começar tudo de novo. Júlia em um braço, carrinho no outro, sacola no ombro e... Sacolas de compras... Aonde? Penduro no pescoço? Vários degraus para subir, portas para abrir... "Preciso de um homem, penso. Realmente preciso de um homem!"