quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Febre

Ontem de noite você teve um febrão assim, do nada. Hoje, amanheceu melhor, depois a febre subiu. Fui te ver na hora do almoço. Já to fera nisso: banho morno, novalgina intercalada com Alivium.

E funcionou. Liguei agora para a babá e você está sem febre.

Hoje, seu avô vai cantar na Babaya. Uma apresentação para as pessoas mais íntimas. Não posso deixar de ir, mas estou de olho em você, mesmo de longe.

Beijos, meu Grão de Amor.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Quando você está...



Imagine - John Lennon - Tradução

Filha, esta é a tradução de uma música do John Lennon. Deu vontade de postar aqui para você. A música é linda também. Escute um dia. Beijos.


Imagine que não existe paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
E acima apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje

Imagine não existir países
Não é difícil de fazê-lo
Nada pelo que lutar ou morrer
E nenhuma religião também

Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz

Talvez você diga que eu sou um sonhador
Mas não sou o único
Desejo que um dia você se junte a nós
E o mundo, então, será como um só

Imagine não existir posses
Surpreenderia-me se você conseguisse
Sem necessidades e fome
Uma irmandade humana

Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo

Talvez você diga que eu sou um sonhador
Mas não sou o único
Desejo que um dia você se junte a nós
E o mundo, então, será como um só

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Eu em você, você em mim

Amor,

Todos os dias, noto alguma coisa de mim em você. A coisa mais explícita que você puxou de mim (e do seu pai) é o interesse por música. Eu não faço nada sem música. Música está em tudo. Amo dançar. Você também ama. Trabalho ouvindo música, escrevo neste blog ouvindo música, durmo ouvindo música.

Mas o que eu adoro mesmo é dançar. Eu sou assim: se vou a um lugar e está tocando música que eu não gosto (música eletrônica e similares, pagode e cia e sertanejo e cia) eu fico de mau humor. Outro dia, fui embora do aniversário de uma amiga por causa das músicas. O aniversário era em uma espécie de boite (coisa que detesto) e as músicas eram tipo house ou coisa parecida. Aí eu não dou conta.

O meu humor varia conforme a música. Sempre fui assim, meio radical. Você não. Você dança qualquer coisa, tudo que tem notas. Ao menos por enquanto.

Outra coisa de mim que você tem é a alegria. Você é muito alto-astral, característica inegável minha também (exceto se eu for obrigada a ouvir músicas que não gosto).

Lembro que quando eu era criança, acordava cedinho para ver o sol nascer. Eu ficava maravilhada com aquilo. Cinco da manhã eu já estava na janela esperando. Eu adorava cada minuto do dia. Não queria perder nada, sentia o vento, o sol, a chuva (eu sempre corria para o lado de fora quando chovia na escola) intensamente. Eu curtia a vida.

Posso dizer que, para a minha idade, eu era uma criança diferente. Lembro que estudava no Colégio Santa Dorotéia, que tinha (tem) uma mata linda, na qual a gente não podia entrar.

Todas as crianças ficavam brincando de elástico, pegador, etc. Eu não. Eu gostava de ir sozinha para a mata e curtir a natureza. Ouvir o som dos passarinhos, olhar as folhas das árvores, colocar flores no cabelo. Eu ia escondido. Todos os dias. Era o meu momento. Hora de pensar, sentir a natureza, observar.

Quando eu morava com o seu avô, já adolescente, eu esperava ele sair para colocar o som bem alto e dançar a tarde toda. O som dele era muito bom mas, as caixas, pequenas, de vez em quando não aguentavam e caíam lá do alto, ficando penduradas pelo fio. Elas me denunciavam.

Seu avô costuma dizer que nunca me viu sofrendo por causa de nada. É engano dele. Ao contrário, sou muito sensível e sinto muito as coisas. A diferença é que eu não gosto de sofrer. Então, quando acontece algo ruim eu junto todas as minhas forças para a dor passar rápido.

Eu sempre procuro enxergar o lado bom das coisas. E tenha certeza: tudo, absolutamente tudo, tem um lado bom. Se não conseguimos ver na hora, vemos depois.

Costumo dizer que existem dois tipos de pessoas: as que não aprendem nunca e culpam o mundo todo pelos desgostos que passam, e as que pensam e aprendem com o sofrimento. Estas últimas crescem, se tornam um ser humano mais bacana, mais maduro e mais feliz a cada dia.

Espero que você também seja assim. É uma das coisas de mim, que sei que fará bem a você.

Beijos da sua,

Mamãe.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

with or whithout you com Ciranda

Amor da minha vida,

Ontem de noite dançamos muito. Você é muito engraçada, tentando imitar a mamãe. É de morrer de rir.

Você começou a dançar girando, daí ficou tonta, e começou a andar feito uma pessoa que bebeu cerca de duas garrafas de vodka. E Paf! Foi pro chão.

Depois, você enjoou das músicas da mamãe e eu coloquei o seu cd de cirandas de roda.
Você animou de novo e eu também adorei. Já que você gosta, passei a gostar também das músicas infantis.

Dançamos dois cds inteiros, até você começar a dar sinais de cansaço.

Quando a mamãe balança a cabeça, você faz igualzinho, filha. Você tenta jogar os cabelos para frente, igual a mamãe. É tão fofo... Você é tão animada! Adoro isso! Seu astral é muito bacana.

Serzinho do bem! Meu anjinho de luz! Você é só energia boa. É bom demais abraçar um anjo todos os dias.

Você estende os bracinhos e solta gritinhos de felicidade quando me vê. E não é só comigo não! Você é muito sociável, por isso, encanta todo mundo.

Amanhã você vai dormir na casa dos seus avós, sua vovódrasta, que na verdade é sua vovó muito mais que drasta, vai cuidar de você. Você adora a casa do vovô. Lá você corre, entra na piscina, (com alguém segurando, claro) gasta toda a energia boa e imensa que você tem.

Enquanto você se diverte por lá, a mamãe vai se divertir um pouco por aqui. É aniversário da Ana Paula, uma grande amiga.

Vamos cair no samba! Dessa vez sem você.

Beijos minha luz!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Garota Gata

Hoje de manhã, antes de sair para o trabalho, fiquei babando em você. Você sorrindo e me entregando meu prendedor de cabelos e dizendo "Tô", de toma.

Obedeci e coloquei nos cabelos.

Você está uma gata. Às vezes fico vários minutos só observando você. Seus olhos expressivos, suas sobrancelhas desenhadas, seu narizinho, sua boquinha e suas perninhas a la Sangalo.

Vê se não vai me dar trabalho quando crescer, viu? Mamãe é brava!

Beijos.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Três horas

Este é o tempo que o Igor (analista de sistemas da agência) me deu para meu computador voltar ao normal.

Para minha sorte, o computador da Cris, revisora da agênica, está livre, pois ela pediu para tirar as horas extras às quais tem direito.

Mesmo assim, todos meus arquivos estão no outro computador.

Resolvi aproveitar este tempo livre, para escrever mais para você.

Eu passo muito tempo fora, filha. Você sente isso. Hoje, você chorou muito quando saí para trabalhar. Dá um aperto no coração ter de virar as costas para você enquanto chora no colo da babá.

Este fim-de-semana ficamos muito juntas. Talvez, por isso mesmo, essa segunda tenha sido mais difícil para você.

Quando você estiver lendo estas postagens, vai ter dez anos ou mais. Antes, seria difícil entender alguma coisa. Eu não sei o que acontecerá até lá. Não sei como estará nossas vidas, não sei de nada. A única coisa que eu quero que você tenha certeza, sempre, é que o meu amor por você é maior do que tudo nessa vida.

Você está em primeiro lugar em todos os meus pensamentos. Não faço nada sem antes pensar em você. Pelo menos nada que envolva a sua vida.

Ontem, você apertou meu nariz e disse: "pen". Seu pai ensinou isso a você. Engraçado, você não esquece nada que ele ensina. Mesmo que passe um tempão. Fico feliz com isso, gosto de saber que vocês têm um bom entrosamento, ainda que ele, na minha opinião, veja pouco os filhos. Não só você, este é o jeito do seu pai mesmo, com todos os filhos. Como eu já te disse, seu pai tem um jeito diferente de amar. Mas ama.

Voltando a nós duas, depois de muitos apertos no nariz e muitos "pen", você resolveu brincar de apagar e acender a luz, na tomada ao lado da minha cama.

Eu já estava morrendo de sono, mas você acendia a luz e dizia: "puuu", e quando apagava dizia: "paaa" e ria, ria.

Filho ensina a gente a ter paciência. Porque por mais que a gente tenha, às vezes, de ultrapassar nossos limites de cansaço, é impossível não ficar comovida com as atitudes de uma criança. Não dá para ficar com raiva mais de cinco segundos. A doçura e inocência são mais fortes que tudo.

Você só me deixou dormir tarde da noite. Justamente na hora que relaxei e pensei: "ta bom, vou entrar na brincadeira então." Aí comecei a apagar e acender a luz com você, e pronto! Logo, logo, você apagou.

Essas coisinhas fazem uma mãe crescer, entender que filho é isso mesmo, eles determinam nossos horários, nossos passeios, tudo.

Mas vale a pena. Amo demais.

Outra reunião. Bjus.

Dia das Crianças Globalizado

Amor,

Ontem foi dia das crianças (seu segundo!) e fui com você ao Pátio Savassi, um shopping com menos cara de shopping. Estávamos almoçando, quando apareceu um casal (ela japonesa, ele, alemão) e mais duas crianças (uma da sua idade, outro, maior) também japonesas.
A Baby Japa (linda!) começou a brincar com você. E eu, ao elogiar a criança, percebi que ali, ninguém falava minha língua.
Fiquei na minha, então, porque japonês e alemão é meio demais, até para uma boa comunicadora como eu. (depois conto uma história, em Paris)
Então, o marido da japonesa resolveu misturar um pouco de português ao alemão. Começou a ficar melhor. Depois, ele começou a misturar inglês e aí é que não dava mesmo para entender nada. Um inglês carregado, um alemão puro ou um alemão com português? Fiquei sem saber como responder à suas perguntas.
Tentei de novo a japonesa, na esperança dela falar alguma coisa mais compreensível, mas a japa não falava nem "Bom Dia" em outra língua.
Enfim, não sei se falei alguma coisa e eles entenderam outra mas, de repente, os dois se sentaram na mesa comigo, para almoçar.
Eu não estava acreditando que ia passar o almoço todo fazendo esforços de comunicação.
Você, filha, não estava com este problema. Totalmente entrosada com a Baby Japa, vocês falavam sem parar, como se entendessem tudo que uma dizia à outra. Se abraçaram, foi muito fofo. Merecia uma foto. Aliás, essa palavra a Japonesa entendeu. Quando eu disse que merecia uma foto ela repetiu: foto? Non, non foto! Ela não tinha câmera, nem eu.
Passei o almoço inteiro tentanto fazer a garçonete e os gringos se entenderem. No fim, estava assim: a mulher, falava japonês, o marido dela, alemão com japonês, eu português. Ninguém entendia mais nada. A não ser você e a Baby Japa. O garoto, mais velho, não disse uma palavra o tempo todo. Mas, você e a japinha pareciam trocar confidências, corriam para um lado e para outro, trocavam brinquedos, e davam muitas risadas. Como se fossem amigas de infância.

Acabei de interromper este texto para uma breve reunião, justamente sobre uma conta nacional que ganhamos, da Cultura Inglesa. Acho que todo mundo ali precisava de umas aulinhas! Inclusive eu.

Kisses Baby!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Aula de canto

Filha, meu sonho sempre foi cantar. Adoro. Quando eu era pequena, eu dizia que seria cantora. Acabei me tornando publicitária por vocação mesmo.
Acontece que ontem, fui a um studio e conversei sobre o outro lado do vidro. Eu, como publicitária, quando vou a studios é sempre do lado de fora do "aquário", só acompanhando. Mas ontem deu a doida e pedi a um amigo (que é músico e produtor) para escutar minha voz, ver se ele achava que valia a pena eu entrar em uma aula de canto.
Para minha surpresa, ele disse que eu tenho tudo que é básico para cantar: afinação e ritmo.
Fiquei animadíssima, liguei para a Aida Couto (professora de canto) e começo as aulas na semana que vem.
Vou treinar até com as canções de ninar que canto para você.

Que alívio, né filha!

Beijos multicores

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Tá combinado!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Dicas de mãe

Gritar para ouvir o eco.
Calar para ouvir o vento.
Brincar de dar risada (Isso é ótimo)
Contar estrelas no céu
Cantar. Sempre.
Hoje, a mamãe deu um mergulho nas escadas do trabalho.
Levei o maior tombão. Acho que desci um 15 degraus.
Tirando alguns arranhões, sobrevivi.
Mamãe de vez em quando é meio mongolzinha, mesmo.
O mais engraçado é que eu estava segurando um copo de café. Você acredita que não soltei o copo?
Cheguei lá embaixo com ele na mão. Ê mãe lesada!!!


Olha pra frente, filha!!!!


Filha,

Você não gosta que a gente fique te pegando, te beijando, nada disso. Mas olha só o tanto que você é carinhosa!

Te amo. Muito.


Eu te seguro lá em cima
Mas é você quem me joga para o alto.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Gatinha,

Você está uma moleca. A mamãe vai ter que parar de fumar para dar conta de dançar o dia todo com você, correr atrás de passarinhos, carregar no colo na hora da birra...

Tô toda moída! É sempre assim, depois dos fins-de-semana. É que a gente tem uma pequena diferença de idade!

Hoje a noite, você se prepare. Vamos dançar U2. Você adora. A mamãe te aplica uns sons bacanas, o duro é a sua babá. Ela disse que outro dia dançou com você uma tal de tapinha não dói e pediu para você me mostrar como se dança.
Para a minha tristeza você deu um tapinha no seu bumbum enquanto ela cantava.

Babá é foda! Eu aqui ralando para você ter um bom gosto musical e a Dani estragando tudo enquanto eu trabalho!

Fazer o que, né, filha? Se por acaso você gostar dessas coisas pode ouvir no seu quarto, com a porta bem fechadinha e um microfone nos ouvidos, combinado?

Beijos dançarina.

Farra boa

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O tempo e a gente

A mamãe trabalha em uma agência de publicidade chamada Fala. Ao lado, tem um lugar onde as pessoas fazem fisioterapia. Por isso, sempre vejo muita gente com problemas físicos graves.

Outro dia, vi uma criança que não andava. Lembrei logo de você. Agradeci a Deus por você ter saúde. Não deve haver coisa pior para uma mãe do que um filho com problemas.

Vi como sou feliz em ter uma criança tão alegre em casa.

Hoje, vi uma velhinha chegando de carro com uma moça, que tenho quase certeza, era a filha. A velhinha quase não conseguia ficar em pé. Fiquei chocada com a forma que essa filha despejou a mãe na porta da fisioterapia.

Parou o carro perto de uma árvore, o que dificultou a saída da velhinha. A cuidadora de idosos, de branco, abriu meia porta (o que deu para abrir)do carro e retirou a velhinha sem muitos cuidados.

A filha nem saiu de dentro do carro. Quando a velhinha estava do lado de fora, em pé, a cuidadora a abraçou por trás, segurando seus braços (que não tinham forças para se manterem em uma posição só) e a foi levando para dentro da fisioterapia.

A velhinha não conseguia andar e a cuidadora parou um pouco. A essa hora, a filha já tinha arrancado o carro há muito tempo. A cuidadora então retirou um pedaço de pano e limpou a boca da velhinha, como eu faço com você, quando você baba, por causa do nascimento de dentinhos.

Esperou mais um pouco e foi quase carregando a velhinha por trás. Sem delicadeza, a cuidadora disse: "olha para a frente" e foi levando a senhora.

Fiquei pensando sobre isso. Será que a pressa da filha era tanta que não podia ajudar a cuidadora a levar a mãe para dentro?

Que louco, isso!

Beijos, filhota.

Festa da Primavera

Sábado passado, foi a Festa da Primavera, na sua escolinha.

Foi lindo, filhota. Tinha flores por todos os lados. As mães fizeram uma coroa de flores para colocar em seus filhos. Mas você não quis ficar com a sua, tirava o tempo todo. Fiz uma coroa para mim também.

Um coral muito bonito se apresentou, cantando músicas para louvar a primavera, com lindos instrumentos, tudo muito angelical.

Uma paz. Parecia um acampamento hippie. Flores, coroas de flores, mulheres de saias indianas, música suave e sinos.

No final, cada mãe plantou uma flor em um vaso de cerâmica e levou para casa.

A nossa está em cima da mesa da sala, toda linda.

Beijo, florzinha mais linda do meu jardim.

Experimente:

Leite condensado com nescau.

Queijo dentro de um copo de café-com-leite quente.

Banho de chuva.

Banho de lama.

Guerra de travesseiros.

Encontrar o fim do arco-íris.

Encontrar desenhos nas nuvens.

Imaginar que está voando.

Dividir o seu doce predileto.